Translado Punta del Este - Rio Grande
Surfando no Silver Surfer2
Klaus Bohne
Fotos: Marcos Funcke
Depois de participar do Circuito Atlântico Sur – Rolex Cup em Punta Del Este, que foi um campeonato muito bom e divertido, era hora de fazer o caminho de volta com o Silver Surfer 2.
Saímos no domingo, dia 24 de janeiro de 2005, da marina às 10:00 hs da manhã com um belo sol e um nordeste na cara. A tripulação era Marcos Funke, Edmundo e eu. Eu tinha as previsões que indicavam vento sul de boa intensidade para a segunda-feira. As 19:00 hs já estávamos com 20 nós pela popa. Rizamos a vela grande e subimos a G3 para enfrentarmos a noite. A ondulação cresceu e o Silver Surfer 2 começou a surfar. Descemos 01 onda de bom tamanho, atingindo 13 nós de velocidade. Descemos outra e outra. O barco começou a ficar muito instável nos “jacarés”, exigindo atenção máxima da tripulação para não atravessar no meio da cava. A brincadeira estava perdendo um pouco da graça na medida que o tempo passava e o vento aumentava pela popa, onde algumas ondas começaram a quebrar na crista, e empurrando o barco para mais um “drop” radical. Resolvi tirar a G3 e subir o tormentim, além de rizar a grande em mais uma forra. O barco continuava muito instável e corcoveante. Me lembrei que tinha uma âncora de mar daquelas que parecem um balde sem fundo e de tecido bem resistente. Amarrei na escota de balão que não estava em uso e joguei pela popa. Foi um alívio! O barco parou de querer descer em todas as ondas e navegava mais equilibrado. A âncora fazia muita pressão no cabo e este rompeu. Lá se foi a âncora que eu pedira emprestado ao Ronaldo Ruschel e não pretendia usá-la. Me lembrei de jogar o cabo da âncora Danforth, amarrando num lado do cunho da popa fazendo uma curva e voltando até o outro cunho de popa. Funcionou perfeitamente. Amanheceu e nos aproximamos dos molhes de Rio Grande, que com aquele mar de ressaca estava difícil de ver onde estava. Ao chegar mais perto, vimos que a ondulação batia nos molhes do lado sul e provocava uma verdadeira pororoca no canal, somado a maré vazante. O quadro era preocupante ainda mais depois de uma noite sem pregar o olho. Resolvemos ligar o motor e acelerar até quase os 3.000 rpm. Entramos mais próximos aos molhes do sul pois teríamos espaço caso a pororóca nos jogasse para os molhes do norte. E conseguimos sem maiores sustos. Cem metros adiante e as águas estavam calmas. Ao atracarmos no Iate Clube, engatei a ré e perdemos a hélice, só prá fechar a jornada. Na outra semana, voltamos à Porto Alegre com uma hélice emprestada. Um abraço e bons ventos! |
O Comandante Klaus Bohne veleja pelo Veleiros do Sul. O Silver Surfer2 é um Delta 32 de briga
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