Vento em popa: o mito do melhor vento Este artigo procura esclarecer em que condições você pode atingir o melhor desempenho de seu veleiro, considerando o ângulo do vento em relação ao barco. Para isto discorreremos de conceitos como diagrama polar e VMG - Velocity Made Good. Desde já esclareço que não sou profissional da área, apenas velejo, sou curioso e interessado no assunto da vela. E acredito que compartilhando tais informações o esporte à vela se tornará mais prazeroso. Mais um adendo: nesta área de nada adianta teoria sem muita prática. Certamente você já ouviu a expressão "de vento em popa", como uma referência a que tudo está muito bem e na melhor velocidade possível. Provavelmente ela seja do tempo das caravelas, pois o melhor desempenho nos veleiros atuais dificilmente se dá com o vento entrando diretamente pela popa, ou seja, em popa rasa. Geralmente a melhor velocidade, considerando o uso da grande e do spinnaker, se dá com o vento entrando na alheta, ou 3/4. Porém o ângulo ideal depende do projeto do barco, das velas utilizadas e da intensidade do vento. Outra questão que geralmente ocorre é qual seria a melhor opção para vento a 90º: gennaker ou spinnaker ou mesmo uma genoa. O diagrama polar poder responder estas e outras questões. O Diagrama Polar Do eixo vertical partem círculos representando a velocidade em knots. Do centro do eixo partem raios indicando o ângulo do vento em relação à embarcação. No gráfico existem linhas que representam a velocidade de deslocamento do barco (comprimento do raio) para determinado ângulo e velocidade do vento. A velocidade do vento é indicada com um número sobre esta linha. Observe que existem 2 grupos de linhas: as superiores, quando utilizando a genoa, e as inferiores o spinnaker. Por exemplo: com vento de 30 knots a 90º este barco desenvolveria um
pouco menos de 12 knots. É claro que na prática, depende de outros
fatores como correnteza, tamanho e direção das ondas, trimagem das
velas, etc... VMG: Velocity Made Good O diagrama polar também representa a VMG, considerando o destino a 0º. Basta projetar a velocidade encontrada no gráfico sobre o eixo y, ou multiplicar pelo coseno do ângulo do vento. No segundo exemplo, Diagrama Polar Catalina 34, o comportamento é bem diferente pois, além de ser um projeto diferente, a análise é apenas para vela grande e genoa 150% (sem spinnaker). No terceiro exemplo, Diagrama polar Shipman 50, observe a diferença de rendimento no través entre uma Code 0 Gennaker e uma Spinnaker. Sugestões Mas se o projeto do seu barco é antigo, e V. não tem o diagrama polar, e nem como consegui-lo, como fazer? - se você tem um GPS sem VMG ou um speedometro anote as velocidades e os respectivos ângulos. Em casa monte seu diagrama. A VMG é a velocidade medida x coseno do ângulo. - se não tiver um GPS procure conseguir um emprestado, e faça seu próprio diagrama polar. Apesar de não constar a velocidade terá uma boa noção do comportamento do seu barco. Se tiver ou conseguir um Para as medições procure escolher um dia com um vento firme, com poucas rajadas e rondadas. Boas VMGs! Paulo Angonese Fontes de consulta: |
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