Trocando de Palco
Danilo Chagas Ribeiro

Enquanto eu fotografava a flotilha de Optimist, uma menina me chamou a atenção pela confiança e segurança que manifestava a bordo. Fotografei e depois fui saber quem era.Tudo começou quando ela tinha 11 anos de idade. Além das aulas da sétima série na escola, Daniele Fuhrich dançava ballet. E dançava bem. Tinha feito 5 anos do total de 8 do London Royal Ballet. E ainda tinha o jazz. 5 anos de jazz! Ela é uma gracinha. Alegre, cheia de vida, bonita e elegante. É também muito dedicada aos estudos na escola, onde notas 9,5 e 10 são o padrão.

A Daniele não dança mais. Em um jibe *, trocou de palco em janeiro deste ano.
Além de abandonar o ballet, a Dani teve que trocar de turma no colégio para poder assistir as aulas (à tarde) na Equipe de Vela Minuano, no Veleiros do Sul. Foi sem dúvida uma virada importante na vida dela. "Trocar de turma significa perder o contato com as amizades, e nesta idade as amigas são ainda mais importantes", diz Carmen Fuhrich, mãe da Daniele. Mas nem isso a fez desistir da idéia de velejar. Na flotilha de Optimist há crianças mais jovens, que começaram cedo, aos 8 ou 9 anos de idade, e podem ficar até os 14 ou 15. Aos 12, e com menos de 1 ano de vela, a Dani tem se destacado.

"Quando entrou na escola, em janeiro (de 2003), a Dani precisou aprender a dar nós. Teve instrução teórica, era iniciante. Hoje já disputa regatas", diz a professora Martha Rocha, da Equipe de Vela Minuano do Veleiros do Sul. E como disputa! Em maio de 2003, com menos de 5 meses velejando, a Dani trouxe de Jurerê o título de Campeã na categoria feminina estreante do Campeonato Sul Brasileiro de Optimist. Parece que tem sido fácil para a Dani. Difícil seja talvez, aos pais, conter o orgulho por uma menininha assim.Quem a vê navegando tem certeza de que se apaixonou pelo esporte à vela. No meio do Guaíba, mordendo a escota para caçar a vela do Lilica, Daniele demonstra claramente que veio para a vela, para ficar, mas sem perder o encanto de ser uma menina tão feminina.

O velejador Augusto Chagas, comandante do veleiro Gaudério, motorava em direção ao Veleiros quando viu o tempo fechar e o vento sul apertar, fazendo ondas no rio. "Eu vi o Lilica empopado naquele ventão e saí atrás para ajudar, mas não consegui alcançar, com os 6 nós que eu conseguia navegar". Vestida a rigor, timoneia seu barco com borda e leme lilás, bem compenetrada. Na volta, depois de empurrar o barco rampa acima, esponja e mangueira nas mãos para a limpeza. E antes de guardá-lo, calibra os flutuadores. Parabéns Daniele! Que os ventos continuem assim tão favoráveis.
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(*) jibe (ou jaibe, nas nossas águas) é uma manobra radical para mudança de rumo, em que a haste metálica sob a vela principal desloca-se em alta velocidade sobre o convés, levando com ela o que estiver pela frente.


Veja as fotos da Daniele velejando na flotilha de Optimist, em participação especial para o curso de Formação
de Instrutores de Vela da ISAF (International Sail Federation) no Guaíba (Nov-03).

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Mais 35 imagens da Flotilha Optimist do Veleiros do Sul (Equipe de Vela Minuano)
Veja em "Navegadores 46" a "Navegadores 52"


Fazendo bonito na Europa

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