Primeiras impressões
Apesar da enorme simpatia do Chico, quem olha para a cara e em seguida para os pés dele tem a impressão de que algum dia um rato enamorou-se por uma pata.

Trovando...
Aí pra fora, não há um jaguara que se preze que não faça uma longa apologia sobre a maravilha que é comer a carne do ratão-do-banhado. Mas esse povo costuma lustrar demais qualquer feito que lhes confira alguma reputação de valentia ou esperteza. Acho que dizem que a carne é boa pra justificar o prazer da caçada. É que nem navegador em mesa de bar onde se ouve de ondas enormes cujas vagas, de tão profundas, permitiam que se visse o fundo da lagoa...
Já os índios, contaram os portugueses, viam no ratão fonte de proteína fácil de capturar.

Furando os esquemas
Vivendo em tocas à beira d'água, os ratões-do-banhado podem levar agricultores à loucura: quando as tocas são feitas em barragens de açudes ou taipas de lavouras de arroz, acabam por drenar a água acumulada pelo homem. Deve ser uma briga das bem buenas com os parentes do Chico.

População reduzida
O nome original do Rio dos Sinos (RS) era "Rio dos Ratões", de tantos que haviam por lá. Atualmente a população de ratões-do-banhado está reduzida, apesar do jacaré, seu predador natural, estar ainda em pior situação.

Ronca e bufa
O ratão é notívago. Passa o dia dormindo. Emite sons à noite que lembram ronco, mugido e bufadas. Alimenta-se de capim, raízes e plantas aquáticas.

Ratão na terra do Jazz
A criação de animais para o uso da pele tem ajudado a salvar e até a difundir algumas espécies. Dotado de pele de segunda categoria, o ratão-do-banhado foi levado à Europa, para criações, sendo hoje um dos animais mais comuns na fauna européia e o mais abundante na fauna inglesa. Vive em rios italianos também.
Em 1938, 20 espécimes foram levados para a Louisiana, nos Estados Unidos, visando a sua criação para a caça e a peleteria. Cinqüenta anos depois, essa população somava 20 milhões de indivíduos.

Papai ratão dá uma força pra mãe
Quando os filhotes de ratão nascem, ficam aos cuidados do macho. Ele os protege e os alimenta sozinho até a fêmea se recuperar do parto.

Habitat
Os ratões-do-banhado vivem às margens de rios e lagoas na zona temperada da América do Sul. No Brasil, encontram-se ainda na Região Sul, de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Os refúgios são construídos com junco e casca de árvores.

Resistente
Apesar da poluição do Guaíba, o ratão-do-banhado consegue sobreviver. Há informação de que pode ser encontrado também no rio Tietê, em SP.

Algumas "Características Técnicas"
Nasce em ninhadas de até 4 filhotes, vive 15 anos, pesa até 9kg e pode medir 60cm mais 40 de rabo. Nada bem, mergulha mal e caminha devagar.

Na Certidão de Nascimento do Chico consta:
Myocastor coypus
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Rodentia
Família: Capromyidae
Espécie: Myocastor coypus