Paisagens 164
Luiz Gerbase

Veleiro Andante/CDJ (Porto Alegre) na Bahia
(Jan 2006)

De Galeão a Canasvieiras

Continuando rumo a Canasvieiras passa-se por Cairu, que talvez ainda de tempo para visitar na volta da navegada.
O rio até Cairu é largo e o canal fica sempre no meio. Daqui pra frente a coisa complica e chegamos a Canasvieiras
depois de muitos encalhes, até aprender a seguir um profundo e estreito canal, mas que serpenteia no meio de um rio
aparentemente largo.

Quase chegando a Canasvieiras precisamos de ajuda da família do Genivaldo.
Aqui todos 200 habitantes são parentes do Genivaldo, que tem 10 irmãos. Ele conhece todos os baixios da região,
um intrincado manguezal que acaba novamente no mar. Quem estiver em Cairú, e não quiser arriscar o encalhe,
pode ligar para o único orelhão da vila, qualquer um que atender vai dar o recado para o Geni,
ou um de seus parentes, ele vem buscar e guiar até Canasvieiras. ( 75 – 3653-2066 ).

Ancora-se na frente da barraca flutuante da Tania, filha do Geni. Aqui se come ostra fresca à vontade,
dúzias delas, não é incomum casais comerem 10 dúzias, com ajuda de um pouco de cerveja.
Aqui o tempo para, e aos poucos vai se conhecendo o pessoal, os netos, os primos e Dona Carminha,
que pode fazer um belo catado de siri em casa, e trazer até a barraca da Tânia. E logo o nosso barco
já está atracado na barraca, trocando picanha por ostra no bafo.

 

Ostras ao bafo, a caminho

 

Ostras ao bafo

 

Recentemente a vila começou a cultivar tilápias em tanques flutuantes no rio, em frente à vila.
As tilápias, peixes de água doce, são adaptados à água do rio que é um pouco salgada. Cada família cuida de 10 tanques,
alimentando com ração cerca de 800 peixes em cada tanque, que ficam com 1kg depois de 4 meses de vida.
Vamos testar uma moqueca deles...

Hoje é domingo, o que não muda aparentemente nada na vila: tudo que tem que ser feito todo dia é feito,
e tudo que poderia ser feito algum dia continua à espera dos que ficam sentados a sombra de um coqueiro.
Amanhã é dia de navegar até Boipeba, na barra do rio do Inferno, impossível daqui para frente seguir sozinhos,
o Bido vai ser nosso prático até lá. Abraço, Gerbase

 

 

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