Golfinho explorador em Tapes
Aparição a 120 milhas do Atlântico Danilo Chagas Ribeiro 19 Jan 2009 Na manhã de 14 de janeiro de 2009, o Comandante Paulo Fagundes da Silveira, a bordo do Riacho Doce, avistou um golfinho nadando na Enseada de Tapes. O veleiro estava fundeado no Capão da Lancha, bem próximo da praia, no Pontal de Santo Antônio. Ficamos observando até que o golfinho apareceu novamente e por ali ficou, pra lá e pra cá. Naquele momento, o Comandante Emilio Oppitz, que há vários anos navega em Tapes, estava a bordo de um veleiro fundeado no Saco do Céu, no Rio de Janeiro. Liguei para ele logo depois que vimos o golfinho. Cangurus no Pontal de Santo Antônio Golfinhos em Tapes - bis Golfinhos no Rio Gravataí E para coroar a documentação da rara aparição dos golfinhos em Tapes, o Comandante Cristianini Evaristo B. de Souza fez essa bela foto aí acima, na Enseada de Tapes, em 18 de janeiro de 2009. Quando vimos o golfinho, ele não estava assim inspirado, saltando. Palavra da especialista From: marciaboz@pop.com.br
Sent: Saturday, January 17, 2009 8:49 PM
Subject: Re: [POPACOMBR]: Golfinho na Enseada de Tapes
Sou bióloga e pesquiso mamíferos marinhos há mais de 15 anos...vou tentar explicar algumas questões que apareceram nos últimos e-mails...primeiro: o Dieter está correto, boto e golfinho são a mesma coisa. Estas denominações são o que a ciência chama de "nomes vulgares" ou "nomes comuns", os quais são regionais, definidos pelas comunidades costeiras ou ribeirinhas que convivem com os animais. Em geral no Brasil, se usa o nome boto para os cetáceos (grupo das baleias e golfinhos) que vivem tanto no mar quanto em água doce (estuários) ou aqueles que vivem apenas em água doce (como o boto cor-de-rosa). Neste caso do Danilo, fui eu que sugeri para ele que deveria ser um boto, pois a espécie mais provável que ele tenha visto é o Tursiops truncatus, aquela espécie que vive na Lagoa dos Patos perto da barra, entre São José do Norte e Rio Grande (e também entra nas barras da Lagoa Tramandaí, entre Tramandaí e Imbé, do Mampituba, em Torres, do rio Araranguá e barra de Laguna, em SC...), que, nada mais nada menos, é o golfinho Flipper, aquele dos seriados de TV. É um animal enorme, que aqui no sul atinge 3,70m, e que tem autonomia de viajar tudo isto na Lagoa até Tapes, e sobreviver em águas bem poluídas ou turvas (nenhum empecilho...ele utiliza muito mais o sistema de ecolocalização que possui do que a visão...)...o máximo que pode acontecer é pegar uma pereba (geralmente animais que vivem em ambientes muito poluídos acabam tendo doenças de pele, causadas por fungos, pois ficam com a imunidade muito baixa...). É comum encontrar animais desta espécie com doenças de pele em Tramandaí, Torres e em SC. Sou amiga dos pesquisadores da FURG, vou inclusive repassar o e-mail do Danilo para eles saberem...se conseguirem fotos bem focadas em zoom da nadadeira dorsal, aquela quilha que fica fora d'água quando ele nada, por favor, me encaminhem! Pode ser a chance de se identificar o animal, pois o pessoal de Rio Grande tem um catálogo enorme de foto-identificação dos botos da Lagoa, e muitas pessoas fazendo pesquisas de pós-graduação lá com eles! Quanto aos lobos marinhos, existem duas espécies principais que ocorrem em Rio Grande, além de outras um pouco mais ocasionais...mas das duas espécies, uma a gente chama de lobo-marinho, que é pequeno, em torno de 2m no máximo...e a outra são os leões-marinhos, bem maiores, chegando a mais de 3,5m...em geral, os animais dos molhes de Rio Grande e SJNorte são estes, e realmente, todos eles tem uma cara de cachorro, com um focinhão e bigodes... Comentários: info@popa.com.br |