24 Mar 2011
Frequentamos o Porto do Barquinho desde 1.984. No decorrer destes 27 anos, foram inúmeras as recaladas ao porto seguro de todos os ventos. Não é um local de beleza espetacular, mas é um abrigo fantástico e, quando não há muita movimentação de humanos, pode-se apreciar a bicharada nativa a uma distância que dispensa binóculos.

Lamentavelmente, o aumento na demanda como local de acampamento para pescarias, tanto de profissionais como amadores, está deixando uma quantidade enorme de lixo espalhada por ambas as margens do Arroio do Barquinho.

Na margem esquerda tem um “acampamento” de profissional, com o barco “CAREJÓ III”, que neste carnaval de 2011 não se encontrava lá. Estava pescando para os lados de ITAPUÃ. Os restos de geladeiras, redes, etc ficam espalhados pelo campo. Num buraco feito para fogo, há um filtro de diesel usado!!!
Essa mesma equipe instalou um baú de caminhão na margem direita, que é a mais frequentada pelos amadores. Uma turma, construiu uma latrina, bela iniciativa, já que eram quase 20 pessoas. Infelizmente, na hora da partida não a desmontaram e tampouco fecharam o poço negro.

Há vários sacos plásticos espalhados pelo campo, presos às “maria moles” e outros arbustos.
Outra prática é colocar o lixo dentro do local de churrasco e atear fogo em tudo.
Mas nem todos são assim. Várias vezes encontramos um casal que monta um acampamento que lembra uma tenda mongol, com banheiro químico e chuveiro, gerador, tenda com piso, toldo na frente, caixa d’água com motor para puxar a água da Lagoa, geladeira, etc. Levam um dia instalando o equipamento, na saída, outro tanto. Ficam a semana inteira. Esta vez, após zarparem, fizemos as fotos anexas. Na área que ocuparam, nem um vestígio!!!!

Outra turma que veio para 2 dias apenas, pouco antes de retirarem-se, juntaram o lixo dos outros e colocaram em 2 sacos grandes que levaram dentro do bote e do reboque.
Já vimos velejadores darem destino errado a seus resíduos, uns enterrando e outros ateando fogo, sem seleção de material.

Ficamos 10 dias no barco, todo o lixo não orgânico (sacos plásticos, garrafas e latas) retornou a bordo. Basta fazer a limpeza da embalagem (água não nos falta!).

Assim que ficamos a sós, as “emas” aproximaram-se, bem como os “capororocas”.
Se cada um fizer sua parte......
Sempre bons ventos
E mais cuidado com a natureza!

Porto Alegre, 20 de março de 2.011
Carlos Altmayer Gonçalves (Manotaço)
Veleiro Barba Negra