SPH restabelece a navegabilidade do Rio Jacuí
Navegação fluvial será revigorada no RS
Hermes Vargas dos Santos

31 Out 2008
O
projeto de ampliação da planta industrial da ARACRUZ em Guaíba e a retomada do transporte de arroz a partir de Cachoeira do Sul representam a revitalização da hidrovia do Rio Jacuí, atualmente freqüentado apenas por embarcações vinculadas à extração de areia (dragas e chatas).

O transporte de madeira iniciará em 2010 desde Rio Pardo, onde a ARACRUZ construirá um terminal para o embarque de madeira que será processada na fabrica de Guaíba, com posterior transporte da celulose para terminal a ser construído em São José do Norte. O transporte de arroz em Cachoeira do Sul já começou, pois já foi feito um carregamento inicial de 830 toneladas realizado pela Navegação Aliança no mês passado.

No protocolo assinado entre o Governo do Estado e a ARACRUZ foi atribuída à Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH) a responsabilidade de dragagem e sinalização da hidrovia, para garantir o calado oficial de 2,5 metros e a segurança da navegação noturna. No ano passado, conforme distribuição de tarefas com outras entidades, a SPH ficou encarregada da batimetria desde o PK-00 (Porto Alegre) até o PK-75 (Eclusa de Amarópolis), trabalho concluído de acordo com o cronograma de ação (2007).

Por necessidade técnica de adensamento de alguns tramos situados a montante de Santo Amaro, especialmente nos trechos derrocados e nos baixios rochosos, a SPH está executando a batimetria de canais e baixios até o Porto de Cachoeira do Sul (PK-226). Essa nova batimetria mostra os trechos a serem dragados e permitirá o restabelecimento e locação dos sinais náuticos, que serão substituídos por bóias luminosos de polietileno, num processo de modernização do balizamento a ser implantado no próximo ano.

A equipe técnica da Divisão de Estudos e Projetos (DEP) iniciou a batimetria na Ilha das Flores (São Jerônimo, PK-56), trabalho que se estendeu até Porto de Rio Pardo (PK-146), com a sondagem dos seguintes canais: Usina, Granja Malmann, Porto do Conde, Ilha do Brandão, Santa Teresa, Caveira, Gamela, Baixio do Padre Carlos, Baixio da Luzia, Ilha do Boquete, Baixio das Piavas, Arroio João Rodrigues, Baixio dos Lambaris, Baixio da Caieira, Canal das Pedras, Baixio dos Ilhéus, Porto das Mesas, Baixio do Manoel Joaquim, Volta dos Pelados, Praia do João Ferreira e Baixio dos Biscoitos.

Os resultados da batimetria executada nos canais e baixios mostram que o volume de dragagem nesse trecho é bastante reduzido, cerca de 40 mil metros cúbicos. Isso significa que a navegabilidade depende principalmente da sinalização náutica, a ser restabelecida e modernizada pela SPH nos próximos 12 meses.

A partir do próximo mês a batimetria será executada desde o Porto de Rio Pardo (PK-146) até a Eclusa de Dom Marco(PK-167) e, em seguida, será feita a sondagem do trecho Cachoeira do Sul (PK-226)/Arroio Bexiga (PK-202) seguindo a mesma metodologia, com a batimetria direcionada aos baixios e canais, especialmente nos tramos derrocados, o que permitirá atualizar os dados sobre a hidrovia do Rio Jacui e orientar as futuras ações de dragagem e sinalização náutica.

Hermes Vargas dos Santos, Engenheiro.

 

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Eclusa da Barragem de Amarópolis

 

Chata da SPH - residência e escritório da equipe técnica no Rio Jacuí

 

Engº Hermes Vargas dos Santos a bordo da chata da SPH - acomodações monásticas a bordo

 

O lendário Laudares Rosa de Oliveira, o último de uma geração de Práticos do Rio Jacuí

 

Fim de tarde no Rio Jacuí

 

 


Fotos e gráficos por Hermes Vargas dos Santos

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