A função do bulbo de proa dos navios
Investigada desde o século XIX, a utilização deu-se a partir dos anos 60

Danilo Chagas Ribeiro
Fotos: Guto Vieira da Fonseca

1º Jan 2010
A
função do bulbo situado abaixo da linha d'água, na proa dos navios, é diminuir a resistência hidrodinâmica causada pela formação de ondas, com importante redução no consumo de combustível. A vantagem do bulbo de proa foi investigada por um físico escocês no século XIX, mas o aproveitamento efetivo surgiu nos anos 60 do século passado.

Entenda o funcionamento do bulbo de proa
Cascos deslocantes, como nos navios e na grande maioria dos veleiros, quando em movimento, empurram a água para os lados, a partir da proa.

A água empurrada forma uma onda (marola). O comprimento desta onda é proporcional à velocidade do casco. Quanto maior a velocidade do casco, maior o comprimento de onda.

Quando o navio atinge certa velocidade, o comprimento da onda é igual ao comprimento do navio, tendo uma crista na proa e outra próximo à popa. O navio navega na vaga desta onda. Esta velocidade é chamada de "velocidade de casco"*.

A função do bulbo é alterar a natureza da onda causada pela proa em movimento, com o fim de reduzir o arrasto induzido pela onda no casco. O bulbo de proa cria sua própria onda, mais a vante e "fora de fase" em relação à onda criada pelo casco. Dessa forma, a onda do casco é reduzida, diminuindo o efeito do arrasto.
Antes de atingir a "velocidade de casco" o bulbo representa uma resistência de fricção extra do casco com a água. Quando o navio está descarregado, o bulbo aparece acima da linha de flutuação, como na primeira foto abaixo.
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(*) A velocidade do casco, em nós, é aproximadamente igual a 1,34 vezes a raiz quadrada do comprimento da linha d'água do casco, em pés.
Saiba
mais sobre Velocidade de Casco
Avaliação do Desempenho Hidrodinâmico de Bulbos em Navios
Assunto relacionado: Efeito Squat

O bulbo de proa do navio descarregado, acima da linha d'água.
O símbolo no casco indica a presença do bulbo para evitar que embarcações manobrando no porto junto à proa abalroem o navio.

 

Proa de navio na barra do Rio Grande, com a onda do bulbo formando-se a vante da proa

 


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