Colombo foi espião do rei de Portugal, diz historiador português
Cristóvão Colombo foi um "agente secreto" do rei Juan II de Portugal
Manuel Rosa
Cristóvão Colombo foi um "agente secreto" do rei Juan II de Portugal que enganou os Reis Católicos "com a promessa de uma rota à Índia pelo Ocidente", segundo tese do historiador e escritor português Manuel Rosa. No livro "O Mistério Colombo Revelado" o escritor sustenta que o almirante ludibriou Fernando do Aragão e Isabel de Castela com a ideia de abrir uma nova rota para a Índia e deixar um caminho livre aos portugueses na Índia verdadeira e na África. Em entrevista por telefone à Agência Efe a partir de Durham, na Carolina do Norte, onde vive e trabalha, Rosa, que apresenta sua obra em 24 de novembro na Escola de Estudos Hispano-Americanos (CSIC) de Sevilha, na Espanha, explicou que Portugal queria explorar jazidas de ouro em Gana, na África, e negociar com a Índia sem a intromissão da Espanha. De fato, detalhou, "os portugueses não enviaram nenhum navio à Índia antes de Colombo" descobrir o Novo Mundo e Castela assinar em 1494 o Tratado de Tordesillas, com o rei Juan II de Portugal, um pacto que determinou as rotas de expansão das potências a leste e a oeste. Nesse contexto, respaldou a teoria que, em 1483, Isabel de Castela tramou o assassinato de Don Juan II (1481-1495) com dois sobrinhos de Colombo, o que impulsionou o rei português a forjar uma conspiração com a ajuda do almirante, muito próximo à Coroa lusitana. Para este especialista em Ciências Humanas que reside nos Estados Unidos, não cabe a menor dúvida que Colombo conhecia o Caribe e seguiu em sua viagem de 33 dias em direção ao Novo Mundo, uma rota já traçada. Outra das teses mais surpreendentes deste ensaio é relativa à origem do almirante. Sobre a teoria da origem plebeia do descobridor, sustenta que resulta pouco provável que um homem de origem humilde, como era supostamente Colombo, tivesse conseguido casar com Filipa Moniz, uma nobre portuguesa que residia em um mosteiro e era comendadeira da ordem de Santiago do Espada nesse país. Além disso, o que é mais importante é a análise de "477 Colombo da Itália, França e Espanha" que foi comparada com o DNA dos ossos desenterrados na catedral de Sevilla, pertencentes ao filho de Colombo, Fernando, e de seu irmão, Don Diego Colombo, que morreu em 1515 (ao lado). A identificação genética dos restos ósseos confirma que "nenhum destes Colombos tinha um DNA compatível com os ossos de Cristovão Colombo", por isso que "é impossível que o almirante fosse o italiano Cristoforo Colombo, genovês de sangue", sentenciou. Defende também que a chamada perda da nau Santa Maria, a maior usada por Cristóvão Colombo em sua primeira viagem à América, nunca foi um naufrágio. "Santa Maria nunca naufragou, mas foi ancorada de propósito em terra (nas praias do Haiti) para servir de fortaleza aos homens da corte de Castela", deixados ali por Colombo "para que não contradissessem sua versão" diante dos Reis Católicos. Com grande astúcia, explicou o historiador, Colombo perfurou a navio de uma ponta a outra com um tiro de canhão de lombarda e o trouxe consigo na caravela La Niña os quatro pilotos que navegavam nessa primeira expedição. O seu retorno à corte de Castela, "anuncia que vem da Índia e que deixou ali uma cidade conquistada", um feito que ninguém pode contradizer. A realidade é que Colombo não encontrou canela e ouro como disse na corte castelhana, mas "pessoas nuas sem armas, cabanas de palha, canoas feitas de cascas de árvores", e pouco mais. Além disso, a Índia já era bem conhecida e famosa por seus diamantes e rubis e o comércio de especiarias controlado pelos muçulmanos, por isso que aquela terra não podia ser a Índia. Colombo sabia bem disso, por isso chamou a essas terras "As Indianas" e "deu dimensões errôneas sobre o Novo Mundo para confundir e enganar, não por ignorância". Obs. do Popa: Grande parte dos documentos sobre a riquíssima história de Portugal foi perdida no terremoto de 1755, incluindo, supõe-se, os projetos das embarcações dos Descobrimentos. |
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