Visita estranha no Capão da Lancha
Susto na Enseada de Tapes (Lagoa dos Patos)
Tau Golin

16 Fev 2009
N
estas férias decidi testar o barco “novo” pela lagoa dos Patos. Sai de Porto Alegre no dia 1º de fevereiro e retornei neste sábado, dia 14. Fui a Tapes, São Lourenço, Bojuru-Barra Falsa (que não recomendo para ninguém) e Barquinho.

Em Tapes resolvi curtir com a Jacqueline os belos recantos do Saco de Tapes. No dia 4, para nos proteger do Sul, ancorei no Capão da Lancha, com três metros de profundidade, há 150 metros da prainha de areias brancas. Dei uma entrada na água para refrescar. A Jacqueline deu início ao almoço. Quando retornei ao convés, abri uma cervejinha para começar a curtir o lugar.

Então, percebi que alguém se aproximava da praia.

Sem dizer nada foi entrando na água. Caminhou até “dar pé” pelo peito e começou a nadar em direção ao veleiro. Alertei minha mulher e pedi que me alcançasse o facão...

Nadava vestido (com roupas boas) e com os chinelos nas mãos. Nadava pessimamente.

Gritei com ele, alertando que ele ia se afogar. Não venceu dez metros e retornou.

Perguntei o que ele queria. Respondeu que “uma carona até Tapes”. Argumentou que andava perdido pelos matos. Disse-lhe que caminhasse até o Biru e solicitasse ajuda aos pescadores. Respondeu que não sabia onde ficava o Biru.

Percebendo que não chegaria ao veleiro e se chegasse “não subiria”, caminhou novamente para a margem. Somente neste momento atinei em fotografá-lo. Entretanto, ele não ficou mais de frente para nós. Assim que saiu da água sentou atrás dos juncos, sem que pudéssemos vê-lo.

Comuniquei ao Clube Náutico Tapense por rádio VHF e liguei para o 190 da Brigada Militar. O plantão justificou que a corporação não possuía embarcação...

O nosso almoço estava estragado, obviamente.

Levantei âncora e retornei ao clube, onde relatei o fato.

No outro dia, dois brigadianos foram ao clube obter informações.

O Clube Tapense cedeu o seu marinheiro e uma embarcação para o deslocamento. Os soldados desceram em terra, vistoriaram as imediações e nada encontraram. Entretanto, “o procurado” fora visto por pescadores, que não receberam pedido de “carona”. Segundo uma testemunha ele se alimentou de melancia “braba” e depois sumiu.

Nestes momentos, a primeira preocupação é com a segurança, especialmente estando mulher a bordo. Também fica a dúvida. Poderia se tratar de pessoa que precisasse realmente de auxílio. Mas a abordagem era estranha e a sua história não “fechava”. Segundo um dos brigadianos parecia “coisa de foragido”.

Tau Golin

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16 Fev 2009
Neste local foi avistado recentemente um golfinho e, dizem, até um canguru... As aparições foram surpreendentes, mas não causaram receio algum. Agora um homem foi visto por ali, extraviado. E este sim gerou stress.

Qualquer um no lugar de Tau se sentiria apreensivo, mas que o incidente não seja motivo para se concluir que há falta de segurança na Enseada de Tapes. [Popa]

16 Fev 2009
Comentários e Recomendações de um Major velejador

O Comandante André Pinto Coelho, Major da Brigada Militar, Vice-Comodoro e Capitão do Porto do Veleiros do Sul, de Porto Alegre, com larga experiência no combate ao crime e assíduo velejador, afirmou que não tinha conhecimento do caso, mas que, a partir do relato não se pode concluir que o extraviado do Capão da Lancha seja bandido. Poderia tratar-se de um errante, ou de um maluco, disse ele. O fato do sujeito ter desistido de ir ao encontro do barco ao ser interpelado poderia reforçar esta hipótese, afirma o Major, que se dispôs a verificar o caso.
O local não tem histórico de violência, disse o Comandante. Pelo contrário. Mas recomendou que é conveniente estar atento nos fundeios, de modo geral. O perigo pode vir tanto pela praia quanto por barco. Manter boa distância da praia nos fundeios e estar na companhia de outro barco fundeado reforçam a segurança, recomendou o Major. E, por fim, informou que, nestas circunstâncias, ter arma a bordo pode não resolver. No mais das vezes ela estará bem guardada e o dono bem distraído, afirmou o Comandante.

17 Fev 2009
Menos mal
Para chegar ao Capão da Lancha, o homem passou pelo Acampamento do Willy, como o lugar é conhecido. Seu Willy e Dona Noemi vivem lá há anos. Falei com ela ontem, no final da tarde, por telefone, por sugestão do Comandante Emilio Oppitz. Eu estava na sala de espera de um consultório médico, com som ambiente, e não pude ouvir muito bem. Mas Dona Noemi me deixou tranquilo com o que disse. Que o sujeito é conhecido na região (citou o apelido dele) e que não é bandido. Que é um desempregado que vive "encostado" em pescadores do Varalzinho, ao norte do Capão da Lancha, e que de vez em quando vende peixes. Que é de Camaquã. Que se fosse bandido teria assaltado o acampamento onde vivem.
Danilo.

18 Fev 2009
Perdido no Morro da Formiga e Redes com cabo de aço
Olá Danilo.
Vendo os artigos sobre " susto na lagoa", me lembrei de que pescadores acampados no morro da formiga me contaram sobre um tal homem que aparecera por lá, alguns dias atrás, pedindo comida e se dizendo perdido, os mesmos tiveram que botar o homem para correr pois o mesmo não queria mais ir embora.
Talvez seja o mesmo que pregou susto no Tau, lá no pontal.
Vamos ficar der olho.
Aproveitando a carona, alerto aos velejadores para a quantidade exorbitante de redes de pesca, boiadas com cabo de aço, pelos arredores da ponta do salgado e dentro do arroio araçá.
Um abraço.
Alexandre Klein.
ACHEGO

23 Fev 2009
Foi-se embora
O Comandante Emilio Oppitz soube que o Casal Willy e Noemi viu rastros de uma pessoa na Praia de Fora, indo para o norte (afastando-se do Pontal de Santo Antonio). E que os pescadores do Varalzinho informaram que o extraviado foi-se embora da região.

Danilo.

O homem extraviado no Capão da Lancha volta à praia, na Enseada de Tapes (Lagoa dos Patos)

Tau Golin

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