Solaris - uma proposta radical
Diário de bordo do veleiro Solaris
Fernando Niedermeier

04 Out 2005
O “Solaris”, um GULF STAR 43’, saiu do Veleiros do Sul em Porto Alegre no dia 22/08/05 pela manhã com destino ao mar do Caribe. A bordo Fernando, Miriam, Erik, Lara, Katie e Thiago. O plano básico era alcançar Recife até o final de setembro para escapar dos ventos de NE que já começam antes deste prazo.

Motorada pela lagoa dos patos até 10 milhas antes da Feitoria, velejada com ENE até Rio Grande 23/08. A noite frente fria com W 50 nós.

24/08, quarta,16h - apesar dos avisos da marinha e pescadores nos sinalizando para voltar, saímos do YCRG e, na barra, com vento WSW de 30 nós e rajadas de 40 com ondas de 3m, rumamos para Santa Catarina.

Mar “mexido”, Thiago chamando o hugo, o pau de spinaker quebrou.

25/08, quinta - vento e ondas diminuíram.

26/08, sexta - 30 milhas do Farol de Santa Marta, vento norte fraco pela madrugada, aumentando pela manhã, chegando a 25 nós as 12h, motor calçado com mestra rizada até Imbituba.

27/08, 3h - N forte, motor e mestra até pinheira.

28/08, domingo, 13h - motor rumo à Florianópolis. Lavamos roupas, lençol e tudo mais que molhou... abastecemos de diesel, água e organizamos geral.

30/08 - rumo a Porto Belo, velejando com sul.

01/09, 14h - saída de Porto Belo, destino Angra, velejando com SW até latitude de Santos e motorada até Ilha Bela, com visita dos golfinhos no caminho.

03/09, 8h - abastecimento de diesel em Ilha Bela, uma linda e grande tartaruga marinha na saída. Motorada até Bracui, 21h, para banho e descanso.

De 04 a 10/09 - acompanhados pelo veleiro MATE do Haroldo e Marli passeamos por Itanhangá, Angra, Sitio Forte, Abraão e Palmas, de onde partimos para o Rio de Janeiro às 20h, motor e mestra, NE.

11/09, domingo - chegada ao Rio de Janeiro com o raiar de um lindo dia. Caminhada no morro da Urca com visita de macaquinhos e subida ao Pão de Açúcar.

12/09, 4h - entrou SW, mas faltam compras, abastecimento, visitas ao Cristo Redentor e, somente conseguimos sair as 20:30h velejando com W de 25 nós até Cabo Frio.

13/09 - pela manhã o vento diminui já acima de Búzios. Motoramos até às 16h, quando bomba de transferência de diesel estragou.

Sem condições de conserto, pois era necessário trocar a bomba, seguimos velejando até Vitória com SE fraco que foi aumentando progressivamente até quase parar quando chegamos no Iate Clube do Espírito Santo no dia 14/09, as 16h, à vela (um pouco complicado para atracar).

15 e 16/09 - compras, passeios dos jovens, busca de peças, conserto da bomba, corte e emenda do tubo do pau de spinaker. Barco preto com pó de minério de ferro oriundo do porto de tubarão, trazido pelo vento NE forte.

17/09, 12h - saída de Vitória rumo a abrolhos, velejando com S da frente fria.

18/09, 15h - chegada a Abrolhos após espetáculo de baleias durante todo o dia e a captura de um peixe grande no corrico. Mergulho no final de tarde, banhos e janta de peixe assado no forno. Saída as 2oh para Ilhéus, velejando com SE fraco. As 21h batida forte a 6 nós em “chapelão” (formação coralínea no parcel de “abrolhos” e “paredes”). Pânico geral, levanta paineiros, verifica eixo do leme, muda o rumo 90° para atingir o canal de Abrolhos (trecho entre os dois parceis livre de chapelões). Estávamos na área “proibida” para evitar uma volta grande e porque a carta liberava para embarcações com até 5 metros de calado (mentira).

19/09, 16h - chegada em Santo André – Cabrália, pois o vento havia diminuído muito e rondado para NE. Fundeamos com ancoras na proa e na popa alinhando com a correnteza. A noite, dentro da cabine, notamos uma inclinação longitudinal no barco. A ancora de popa cedeu e o barco encalhou de popa na praia com maré vazante. Daí até as 22h o barco deitou para BB até os 30° e retornou paulatinamente a posição normal voltando a flutuar as 00:30, quando reposicionamos a âncora e dormimos.

20/09 - aproximadamente as 16h, com vento NE forte e maré subindo, o bote soltou e sumiu. Uma lição já aprendida na viagem com o “plankton” e esquecida: o nó “8” no cunho não presta, é necessário lais de guia. Às 18h, já anoitecendo conseguimos um bote com motor e partimos a procura do bote, iniciando pela orla do mangue para onde maré e vento somavam-se para levar o bote. Logo estava escuro e seguimos até Cabrália para consultar pescadores e escuneiros. Em vão.

21/09, 6h – costeando o mangue com maré alta, nada. Cabrália, perguntas, ninguém viu. Oferecemos recompensa, ninguém viu. Voltamos ao solares. Contornamos o mangue, desta vez a pé, por trás do mangue, com maré baixa. Após 1h de caminhada e reza, ei-lo, entranhado 100m dentro do mangue, intacto em cima das raízes aéreas. Internet, previsão de sul fraco por 40h. As 21h entra SW forte, mas não da para sair de Santo André à noite.

22/09, 7h – saída da barra velejando com S fraco para Ilhéus. 23h ainda com S fraco, frente a Ilhéus, seguimos para camamú para aproveitar a brisa e corrente favorável.

23/09, 13h – chegada a camamú, já com leste fraco. Visita à Sonia da pousada Lótus.

24/09, 5:30h – saída de camamú, calmaria, chegada Salvador as 16h. Abastecemos água e diesel e os jovens desembarcaram para passar uma noite “urbanoide” em Salvador, onde a mãe do Thiago está morando.

29/09 - Despedida de Katie e Thiago que voltam para Porto Alegre e partida para Maragogipe.

Mais sobre a viagem do Solaris

 

 

 

 


06 Out 2005
Edgar Eichenberg
Gente, eu tô ficando velho mesmo... conheci essa família (e passei a admirá-los) quando tinham o Scorpion, no Porto do Barquinho, na primeira vez que entrei na Lagoa... as "crianças" brincavam na margem pegando peixinhos...
Desejo sucesso a todos nessa nova empreitada e por favor, mandem meu abraço ao Haroldo também!!!
Aguardo novos relatos!

Edgar Eichenberg
ex-veleiro Gulliver
agora, veleiro Vê de Vini

 

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