P. Alegre-Pelotas-P. Alegre em um 24pés
Sufocos e alegrias de uma velejada
João Pedro Wolff

Há 50 anos, o Chaguinhas fez uma volta completa pela lagoa em barco com aproximadamente 24 pés. Sua narrativa além de interessante ainda contava com belas fotos tiradas na época. Como contra ponto desta narrativa, compartilho com todos o passeio do Arco Baleno (Velamar24) neste verão de 2005 até Pelotas. Este relato também conta com fotos tiradas agora.
Como época e outra, e o tempo que podemos dedicar exclusivamente a uma atividade hoje é menor, na verdade esta narrativa é uma coletânea das "pernas" que fizemos neste verão. Vamos aos fatos:

11/12/04 Sábado
Depois de uma estadia de 30 dias no Clube Náutico de Itapuã, aproveitando nos finais de semana as belezas da região, chegou a hora da partida para a próxima escala da viagem: Tapes .
Refletindo sobre a empreitada feita, percebo o quanto deste nosso "esporte/lazer" depende de planejamento e estratégia para se conseguir cumprir os objetivos.
Este planejamento vai desde a definição da velocidade média para o
percurso , a tripulação mínima necessária , seu conhecimento náutico, até a alimentação e o transporte de ida e volta.
Dependendo das vivências náuticas dos tripulantes, algumas propostas para o bom andamento da travessia podem não ser bem compreendidas. Um dos exemplos disto foi um de meus tripulantes quando do convite para ir junto, não entendia o motivo de sair tão cedo de Porto Alegre ( 5:00 da manhã).
São só 50 milhas que de lagoa são efetivamente + ou - 30 milhas (as 12 milhas de dentro do pontal de Tapes não podem ser consideradas como sendo de lagoa e nem as 10 milhas do Clube Náutico Itapuã até o farol da entrada da lagoa).

Rizando os panos
Depois da tradicional recepção calorosa no Clube Náutico de Itapuã as 6:00 da manhã pela Tina (embaixadora do CNI) partimos as 6:50,eu e mais três tripulantes com a GII e a mestra. As 8:00 estávamos entrando na lagoa e o Sudeste aumentando. Lá pelas 9:00 já estava usando o impermeável e o cinto de segurança lá na proa com o barco pulando trocando a GII pela GIII (milagre, a vela não molhou). Na seqüência foi dado o primeiro rizo na mestra. Depois de toda esta diminuição das velas,
aumentou bastante o conforto e a velocidade até melhorou (6 a 6,5 nós com descida de onda a 8,4 nós).

Comida para peixes
O timoneiro, que além de não gostar de acordar cedo estava altamente orçador neste dia ( mais adiante descobri que ele estava enjoando com o balanço do "popa" meio atravessado ( o vento foi rondando para leste).
Lá pelas 10:00 surgiu o primeiro tripulante a chamar o Hugo (que não era o timoneiro) e botou o café da manhã que tomamos ainda dentro do Guaíba para os peixes da Lagoa se alimentarem. Nos dizeres dele, ele estava agora bem melhor ! E o vento firme e forte.
A Tina, sempre muito atenciosa a cada 2 horas passava um rádio. Pode parecer piegas, mas como é bom ter a sensação de estar sendo acompanhado por alguém lá no meio daquele monte de água e vento!
Depois que o tripulante que botou cargas ao mar comeu uma laranjinha, não deu outra, lá foi ele para a borda dar comida para os peixes de novo.
Passada mais uma hora, sem ter o que vomitar, lá foi ele para a borda. A cor dele foi ficando meio branca. Nesta altura do campeonato, 12:30, resolvi assumir o timão já que meu tripulante do leme simplesmente não andava de popa, e a estas alturas pelo desvio do rumo que ele já tinha dado tinha de
ser bem popa.
Bom, aí não deu outra, foi ele sair do timão e ele também chamar o Hugo valendo. Ainda bem que já estavamos chegando no farolete do pontal de Tapes (faltava 1 milha).

O almoço ou o ônibus
Dada a situação precária da tripulação onde um de meus tripulantes já tinha o apelido de Mori (de Moribundo, pois já tinha posto cargas ao mar 3 vezes) ancorei no Birú para preparar um bom almoço e fazer esta turma tomar aquele banho refrescante de lagoa.
Parece que aí o pessoal renasceu das cinzas, além de ficaram impressionados com a beleza do lugar e a tranqüilidade, pois lá dentro, mesmo com bastante vento deste quadrante, não há ondas. Eram 14:15. Neste ponto o tripulante que não gostava de acordar cedo entendeu o porque do horário. Num
rádio que passamos ao Clube Náutico Tapense descobrimos que o último ônibus para PoA seria às18:00 hs. Não ia dar para almoçarmos, velejarmos até o clube , arrumarmos o barco e conseguirmos pegar o ônibus em tempo.

5,5 nós, em média
Neste momento, o Mori, que já tinha tomado o seu banho de lagoa e comido um meio pacote de bolacha d'água disse que conseguiria alguém da empresa dele para nos pegar.
A chegada no Clube Náutico Tapense foi tranqüila, o calado na entrada estava em 1,9 e o box que foi designado para ficar o Arcobaleno era muito bom (aproado para o leste).
O Emílio foi quem me recebeu pelo rádio. Ele é outro embaixador náutico que temos. Gente muito boa.
Quanta emoção para 50 milhas. Fizemos média de 5,5 nós sem ter ligado o motor. Para este barco, não foi pouco o que andamos.

"Se aquerenciando" em Tapes
Durante o mês de dezembro em que o barco ficou em Tapes, não deu para se dizer que consegui aproveitar bem o período pois nem sempre as condições de tempo estavam boas no final de semana.
Tapes tem este dom, sempre se quer ficar um pouco mais, pois quando as condições de tempo estão favoráveis a região é lindíssima e sempre há algo novo para se explorar.
O mês voou e a data da partida para Rio Grande se aproximava. Pretendia levar o barco para salgar o casco no Atlântico com direito a conhecer vários pontos da lagoa que ainda não havia navegado. Como não era regata e estaria de férias, só navegaria de dia, em condições favoráveis.

07/01/2005
Partimos do Clube Náutico Tapense as 13:00 hs . Nesta perna, quem me ajudou a tocar a empreitada foi o Humberto que era dono do Jover. Particularmente preferia ter mais um tripulante, mas conciliar as agendas de todo o mundo é muitas vezes impossível e ao longo do mês de dezembro ocorreram várias desistências na tripulação planejada. Mas o baile continuava, e se este não era o número ideal foi o possível.

Ancorados no Cristóvão Pereira
Pretendíamos nesta tarde ir até o farol Cristóvão Pereira. O vento era um sudeste, no início fraco, que foi apertando e nas últimas duas horas de navegada, tivemos de ligar o motor, pois além de aumentar a intensidade o vento, pelo nosso rumo, estava quase na cara. Na lagoa as ondas começam logo após o vento apertar um pouco mais, mas como estávamos nos aproximando da terra (o outro lado da lagoa) elas não chegaram a molhar ou incomodar muito.
Chegamos as 19:10 hs ainda dia (o horário de verão ajuda nestas horas). Como o vento estava do quadrante leste, ficamos ancorados ao largo do farol.
Para completar o passeio, fomos caminhando até o farol, que está meio abandonado. Impressionante é como a lagoa estava baixa. Boa parte do banco na frente do Cristóvão estava exposto. Outro dado que impressiona é a diversidade da fauna , principalmente aves.

08/01/2005
O livro do Geraldo Knippling tinha razão: as ondas neste local, quando venta do quadrante leste, dão a volta no banco de areia e acertam o barco aproado para o leste na bochecha. É muito ruim dormir assim. A dica do Geraldo de esticar um cabo da popa para o cabo de ancora na proa e aproar o barco para as ondas resolve o problema mas já estava muito cansado e no beliche de proa deitado quando lembrei da dica. Deixei como estava, pensando que o vento poderia diminuir, e terminei gingando a noite toda.
Como diz o ditado que o comandante não dorme, foi uma noite bem chatinha.

O objetivo deste segundo dia era São Lourenço que estava a 53 milhas do Cristóvão Pereira . Saímos as 6:00 hs com um ventinho que nos empurrava a 3,8 nós. Na altura do farol Dona Maria, já estávamos andando 5,0 nós. Depois do banco do Vitoriano, em direção ao banco do Quilombo, deu para montar uma asa de pombo e foi o momento do preparo do almoço. Ao se olhar para fora do cokpit só se via o piloto tocando o barco descendo as ondas na lagoa.

"Manual da Lagoa" a bordo
A esta altura já estávamos andando 5,5 a 6,00 nós. Depois do almoço, revesamos a sesta pois principalmente eu estava exausto. Depois do descanso, vimos uma ave meio rara hoje em dia que é o cisne do pescoço preto (infelizmente as fotos não tiveram o zoom necessário para captar a beleza destas aves)
Na chegada a São Lourenço, mais uma vez o livro do Geraldo Knippling tinha razão, e mesmo contrariando o "feeling" do Humberto, que achava que tínhamos de ir mais em direção à cidade, insisti nos Way Points do livro, que deu na mosca a entrada da barra do rio.
Para quem quer explorar a lagoa sem cometer muitos erros este livro é a indicação mais acertada.

Encantos de S. Lourenço
Chegamos no Iate Clube de São Lourenço as 17:00 e a recepção pelo comodoro do clube, o Rogis foi ótima. Em pouco tempo de conversa com o pessoal já tínhamos arranjado uma carona para providenciar o abastecimento de combustível e gelo.
Depois de um merecido banho, peguei a previsão do tempo enviada pelo Rui de Porto Alegre que não era boa e decidimos não partir no dia seguinte.
Dormi que foi uma pedra, e no dia seguinte fomos conhecer os encantos da praia de São Lourenço. Fiquei impressionado com o que vi. Várias enseadas, recantos, e muita gente. Foi bom ter tirado o dia para conhecer esta praia/cidade. No meio da tarde entrou a tal "frentinha" com muitos raios e ventos. Valeu ter ficado quietinho por aqui.

10/01/2005
Saímos às 6:30 hs. Tínhamos pela frente 48 milhas e uma previsão de ventos apertada para pelo menos uma parte do caminho (sudoeste de 15 nós no meio da tarde) . Como o dia não amanheceu com uma cara muito boa optei em já largar com a GIII, que por sinal nas primeiras duas horas com o sudoeste foi uma configuração bem interessante. Como o vento para quem veleja normalmente é na cara, é claro que o vento deu uma torcidinha para o sul. Como ainda não havia ondas, optei por baixar tudo e tocar o motor direto. Começamos andando 4,5 nós que em uma hora já tinham virado 2,5 nós e pulando feito peão de rodeio com várias desagradáveis caturradas do motor de popa numa lagoa de ondas.

Minado de redes
Abrimos a genoa e começamos a bordejar junto com o motor calçando, pois afinal de contas com mais 8 milhas estaríamos entrando no Canal da Feitoria e mudando para um rumo mais favorável para este tipo vento.
O que eu não contava era que a entrada do canal (as redondezas) fosse um campo minado de redes gigantes. Para completar, comecei a notar que minhas roupas estavam ficando "meladas" e o cockpit todo esbranquiçado (a água da lagoa estava salgada).

Correnteza contra
Depois do sufoco para conseguir entrar no canal, as ondas diminuíram bastante (tudo é muito raso depois das primeiras milhas do canal), e o rumo ajudou com o vento mas a sinalização não dá para dizer que é um primor; em alguns trechos alguns faroletes ou balisas a mais não faria mal algum. Como estava tudo muito salgado, conseguíamos enxergar em muitos pontos onde era o canal e onde era o baixio pois nesta condição a água fica muito transparente. O vento era firme e continuávamos com as velas e o motor a pleno. Foi aí que reparei, na frente da ilha Marechal Deodoro, que apesar de o Speed do barco marcar 5,5 nós, o GPS marcava 2,8 nós. Imaginem se o motor engasga. Pelotas ainda estava a pelo menos mais 4 horas e São Lourenço a 6 horas.

Só alegrias
Nas últimas 4 milhas antes da entrada do Canal São Gonçalo a profundidade da região aumenta um pouco e as ondas começam a aparecer. Para aquele vento este rumo dava mais uma vez na cara, o que foi muito desconfortável, pois estas 4 milhas demoraram quase duas horas de batidas do casco nas ondas e banhos salgados no convés. Depois que viramos para o São Gonçalo foi só alegria, e como o vento era firme e forte, desliguei o motor depois da entrada da barra. É bom lembrar que bem próximo ao canal de entrada do São Gonçalo tem dois barcos de ferro quase na flor da água (como estava tudo muito baixo vimos os dois). Não dá para pensar em bordejar por estas bandas, mesmo quem cala muito pouco.

Sono dos deuses
A recepção no Saldanha da Gama foi calorosa, sendo o mestre de cerimônias o comandante Morelli do Navi Blue. Como é bom ser bem recebido quando se está longe de casa.
Quem também apareceu foi o José Milton Schille do veleiro Balada que tinha sido nosso vizinho de box lá em São Lourenço. Gente muito boa que nos deu uma assistência e tanto em Pelotas.
Um banho, e depois de uma boa janta (que foi no Cruz de Malta no centro), a cama do camarote de proa estava me chamando para o sono dos deuses .

Missão cumprida
Depois do sufoco que passei no canal, dos detalhes a respeito da corrente na barra de Rio Grande para a saída de pequenas embarcações que descobri com o pessoal de Pelotas, e de minhas férias findando para a volta do barco, resolvi encerrar a empreitada por Pelotas, até porque o casco já tinha sido bem salgado na própria lagoa.
Como a previsão era nordeste para o dia seguinte, resolvi deixar o barco e retornei para o litoral nordeste com a família para esperar uma frente para subir de volta com o barco.
Voltei na semana seguinte. O Saldanha da Gama gentilmente não cobrou a estadia do Arcobaleno, sendo que nesta semana ficou muito bem cuidado pelo pessoal.
Desta vez estava com dois tripulantes para o retorno, o Antonio Carlos Ribeiro e o Paulo Pimentel do Velamar 24 Aloha. Formaram uma dupla e tanto nesta velejada

17/01/2005
Saímos do clube as 6:10 com a Genoa II, quase sem vento, em direção a barra falsa com um frio incrível para janeiro. Na barra do São Gonçalo o ventinho sul/sudeste foi entrando e a velocidade foi aumentando. Com vento a "favor" e corrente a favor, tudo fica mais tranqüilo e rápido.
Depois da ilha Marechal Deodoro, por distração minha, não vi uma bóia que estava atrás da Genoa e para evitar a colisão, tentei rapidamente tirar o piloto automático, que é claro que trancou a ponteira no engate da cana de leme, e para completar, aplicando um pouco mais de força, quebrou a ponteira . O jeito era timonear.

Cascas de arroz e o eco apitando
Como nem eu nem o Ribeiro nos conformamos com esta situação, resolvi abrir minha caixa de ferramentas ( no fundo nunca se sabe se algum dia vai se usar o que tem dentro). Achei uma caixa de Durepoxi, que foi o que bastou para, em duas horas, o piloto automático interromper o seu descanso e só voltar a quebrar 110 milhas adiante.

Depois da saída do Canal da Feitoria, trocamos a genoa para para a GI e tivemos de dar alguns bordos.
Depois de 11 horas navegando, chegamos finalmente à entrada da tal barra. Particularmente eu não gostei do lugar pois é muito raso, mal sinalizado e não há a exuberância de natureza como no Barquinho por exemplo. Além de tudo tem casca de arroz espalhado para tudo que é lado em terra e o trapiche/ancoradouro do engenho esta praticamente demolido. Na entrada, só encalhei uma vez, quase chegando no local de parada, mas não me sinto bem em andar em locais estreitos onde o eco anda apitando. Como abrigo até passa, mas para mim é só.

Entrando no buraco
Depois de 13 horas e meia de navegadas e 59 milhas, fomos recebidos pelo Portinho, do Veleiro Relax, que deu um monte de dicas para entrarmos naquele buraco, que é este abrigo sem encalhar. Ancoramos o barco e fomos tomar um banho de lagoa, que por sinal, neste local, tinha aquela areia gosmenta no fundo e a água meio turva.
A noite foi tranqüila, e na manhã seguinte saímos nós e o Relax em direção ao Birú.

18/01/2005
Eram mais ou menos 7:00 quando conseguimos sair do engenho, com direito a mais uma encalhadinha na saída. Pela manhã deu de tudo no vento (variou bastante a intensidade) e é claro, não estava na direção que precisávamos. Optamos por nos aproximar da costa leste, pois se firmasse o nordeste, pelo menos não seriamos tão castigados pelas ondas.

Vento em popa e ondas de proa
Aconteceu que depois que montamos o Farolete do Bojuru, o vento foi caindo, caindo e resolvi ir para o meio da lagoa. Ligamos o motor e mais ou menos as 13:00 entrou um vento de sul o que causou um fenômeno bem diferente pois as ondas estavam ainda de norte e o vento no sentido oposto, por pelo menos 40 minutos. Estávamos com asa de pombo, recebendo ondas pela proa.

De volta a Tapes
Já estávamos próximos do Cristóvão pereira quando percebemos que o navio da Marinha Babitonga estava dando uma "geral" em todos os navios que passavam pela área . É bom ver isto acontecendo.
O Relax, que é um Spring 25, chegou primeiro no Birú e ficamos lado a lado depois de 12 horas e 45 minutos de velejada e mais 58 milhas embaixo da quilha. Depois de uma grande velejada, um belo banho nas águas límpidas do pontal e uma boa janta com muita conversa ao relento. Dormi que foi um anjo.
Na manhã do 19 eu e o Paulo fomos até a ponta do pontal a pé. Foi um passeio bem interessante e tranqüilo. Depois do meio dia retornamos a Tapes, nosso destino desta perna. Por mais tranqüila que tenha sido a velejada, a chegada sempre tem um bocado de coisas para arrumar e acertar, inclusive um box adequado para deixar o barco sozinho por um período indeterminado

12/02/2005
Depois de 400 milhas navegadas nos últimos 3 meses ao longo da lagoa, o Arcobaleno retornou de Tapes para Porto Alegre neste final de semana. Foi um retorno com direito a fila na lagoa.
Ao redor das 7:00 horas do sábado saímos nós, o Vadio, o Ethama, o Maragato e acho que o Molecão de Tapes.

Manutenção improvisada
Lá pelas 12:00 o Aragano e o Tethys se juntaram à "flotilha" depois do farolete de Santo Antônio.
A lagoa estava se comportando de forma incomum, ou seja, sem ondas e com pouco vento (que bom que era a favor). Chegamos ao ponto de colocarmos o balão com o piloto automático no timão as 11:00 e só baixar o mesmo lá pelas 14:30. Como sempre ocorre algo que não havia sido planejado, quando fui colocar o pau de spinnaker, ao encostá-lo na argola do trilho do mastro, a ponteira se quebrou. Mais uma vez a caixa de ferramentas de 1001 utilidades funcionou e com uma manília e fita tape improvisamos a ponteira.

Próximo da cidade, e ao mesmo tempo tão longe
Foi muito bom o retorno com mais barcos, e merece destaque o Ethama e seu capitão, sempre muito solícito e fértil em idéias, para auxiliar os navegadores com seus pequenos problemas que surgem numa navegada um pouco maior.
Mas voltando ao retorno, o motivo que mais usamos o rádio foi por causa das imensas redes colocadas na lagoa, e menores dentro do Guaíba ( mas em maior número). Para quem quer navegar a noite, só dá para ser dentro das rotas dos navios.
Chegamos no farol de Itapuã às 16:30, só na vela e achei mais prudente dormir na praia do Araçá (ao lado da praia do Sítio).
Lá só havia 2 redes estendidas ao longo da baía.
Depois do cerimonial de ancoragem concluído, o banho de rio foi relaxante, com direito a natação até a praia e passeio por quase toda a beira. Como é bom estar tão próximo da cidade e ao mesmo tempo tão longe.

A mania de velejar
Foi uma noite muito tranqüila apesar das rajadas de vento, mas sem as balançadas que dão na praia do Sítio por causa do conflito entre a correnteza do rio de norte para sul e as rajadas de leste querendo aproar o barco.
No dia 13/02/2005 saímos depois das 9:00 e às 12:40 estávamos ancorando no Tranqüilo (junto a Ponta Grossa) para preparar o almoço.
Estava chegando ao fim uma boa velejada, onde só ligamos o motor a umas duas milhas do ICG por causa do contravento na cara.
Somando todas as pernas navegadas, foram 8 dias com 7 tripulantes diferentes e muitas histórias impressas na memória de cada um.
É interessante que mesmo com estes pequenos sufocos, a vontade de ir mais longe e navegar mais a nossa lagoa só aumenta.
Já estamos planejando as próximas empreitadas!

 



Track do Arcobaleno, de Pelotas a Tapes (arquivo PLT/Ozi, 13KB)

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