Desvendando as Pedras
da Piava
SPH apresenta o temido obstáculo
à navegação, em
3D
Capitão
Am Eduardo Hofmeister Ferrugem
Conheço a Pedra da Piava desde guri. Quando passava por ali de Optimist via um pequeno tonel, que julgava ser uma poita dos pescadores, sempre presentes naquela área. Mais tarde fiquei sabendo que o tal tonel havia sido colocado pelo Geraldo Linck, do Plâncton (Autor dos livros Velejando o Brasil, Velejando as Antilhas e Na Esteira do Irma). Esta marca durou pouco tempo, pois foi roubada mais de uma vez. Importância crescente Com a chegada dos barcos importados de fibra e de maior calado, nos anos 70, esta pedra começou a ficar conhecida e falada. Os primeiros barcos importados tinham 1,5 ou 1,6 metros de calado, mas depois vieram o Plâncton e o Inca (Vermelho) já com cerca de 2 metros de calado depois Rajá V (do Gastão Altmayer), Don Alberto, Procelária e os barcos modernos da Barcosul, Orion III e Carina com 2,20. Nesta altura do jogo a pedra era super conhecida, pois estes barcos corriam regatas que passavam muito perto dela. Quase todos bateram nela. Daí a iniciativa do Geraldo Linck, pois ele próprio a acertou com o Plâncton. Parando
12 toneladas a 9 nós Lembro de uma regata de aniversário dos Jangadeiros em que eu estava tripulando o Orion III. A largada foi em ¾ de popa com vento forte de sudeste. Largamos emparelhados com o Carina, que era maior, e por isto tomou a dianteira. Vínhamos colados na popa dele mantendo-o em nosso vento sujo. O Carina seguia no rumo direto do farolete. E da pedra. Esperávamos que a qualquer
momento o Carina começasse a alterar o rumo para desviar
da pedra. Mas o tempo passava e nada de alterarem o rumo. Em dado momento
nosso comandante, Victor Barth, grande conhecedor do Guaíba,
começou a orçar e o Carina escapou de nosso vento
sujo, ganhando alguns metros de diferença à frente. Em
poucos segundos, as 12 toneladas do Carina, que devia estar a
9 nós, literalmente pararam sobre a Pedra da Piava. O barco ficou
completamente adernado e atravessado com balão. Tivemos que desviar
ainda mais para não bater nele. Passamos muito perto. Nossa tripulação,
estava num misto de alívio e de triunfo, pois não havíamos
batido na pedra e o maior oponente estava fora. Projeto
Guaíba Livre Sinalizando o caminho das pedras
A Pedra da Piava encabeçou a lista, pois está numa área de grande movimento de velejadores e motonautas. Depois vinham as Netinhas, Baleias da Ponta Grossa, Pedras a NW da Chico (muito conhecidas do Igaraçu), pedras da Ponta dos Cachimbos, Pedras do Arado, Pedras de Belém, Pedra na Ponta dos Difini, Pedra do Chagas, Baleias do Salgado, Pedra do Soldado. O projeto é sinalizar aos poucos todas estas pedras, de uma maneira oficial, fazendo constar estes sinais na carta náutica. Processo semelhante foi feito na região de Angra dos Reis nos anos 80, pois com o aumento da atividade náutica desportiva, muitas lajes, que estavam fora das rotas da navegação comercial precisaram ser marcadas. A primeira tarefa seria a marcação precisa destas pedras, de maneira reconhecida pela Marinha. A Bourscheid Engenharia fez o levantamento das Netinhas, que são perigosas pedras quase sempre submersas junto à ilha Chico Manoel. No Verão passado mais uma lancha abalroou estes obstáculos. SPH
O Eng° Hermes forneceu gráfico tridimensional e forneceu coordenadas precisas das pedras. A melhor parte, para nós, foi ele ter afirmado que já está sendo providenciada uma Bóia Flamengo, Perigo Isolado, pra marcar as pedras definitivamente. Vamos ficar no pé do Eng° Orlando responsável pelas bóias. A primeira já esta encaminhada, agora vamos para as Netinhas, não podemos esmorecer. A participação do Grupo Popa tem sido fundamental. Inclusive estamos prevendo que para algumas sinalizações teremos que, literalmente, colocar a mão na massa. |
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Não
achamos a Pedra da Piava. Foi ela que se entregou
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nas Pedras. Ou, rasgando o balão na chuva.
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