Florianópolis 360º
A ilha vista por uma velejadora
Texto e fotos: Kriz Sanz*
(O DDD de Florianópolis é 48)

MAI2004
Gaúcha radicada em Floripa, a velejadora Kriz Sanz apresenta aos visitantes do popa uma abrangente cobertura dos recursos de interesse dos navegadores na linda Ilha de Santa Catarina, incluindo links e telefones.

1ª parte: Ponta dos Naufragados e Centro

Chegando do Sul, iniciamos a volta na Ponta dos Naufragados, onde o vento sul toma força e pega mesmo. O nome veio obviamente dos naufrágios. Nós também já penamos lá numa virada de vento, de Norte para Sul. Íamos surfar em Naufragados e acabamos surfando num Aruba 28.

Após a Ilha do Largo tem pedras submersas, mas elas estão todas na carta náutica. Não tem marinas por ali e os trapiches são todos particulares, mas ao longo da Caieira e do Ribeirão dá pra ancorar em vários pontos, e vale a pena. É muito bonito e muito verde.

Os barcos de pouco calado ficam em vantagem, mesmo assim é bom tomar cuidado, porque tem um grande banco de areia junto à Ilha, que nós inadvertidamente, na volta à Ilha passamos por cima sem recolher a bolina. Mas parece que valeu a sorte dos iniciantes e não aconteceu nada. Pra quem conhece bem e tem menos calado, tem um canal, entre o banco e a Ilha, que leva rápido ao centro da cidade. Na região do Ribeirão, poucas pousadas, mas alguns restaurantes convidativos, onde se come ostras e frutos do mar.

Restaurante com acesso por água

Pousada Prainha da Nina

Pousada Ecomar

2ª parte: Centro e Baía Norte

No Centro, o ideal é o Iate Clube de Santa Catarina, onde pode-se atracar. Os trapiches são bons, mas a água é poluída. Não aconselho ninguém a mergulhar pra fazer manutenção no casco. Cracas se proliferam rapidamente: dois dias ali são suficientes pra adquirir alguns inquilinos.

O clube não tem alojamentos, e próximo há apenas um hotel, mas em compensação é bem ao lado e se não é luxuoso, tem uma vista da ponte que é um luxo só. De noite então, é demais.

Por ali, sempre se encontra algum barco ancorado de alguma outra parte do país ou do mundo, e isso é o que mais vale.

O bar tem movimento constante de velejadores. À tarde vários circulam por lá, e em cima tem um restaurante com um bom prato velejador.

Além do ICSC, tem a Sea Scape, logo depois da ponte. É um local onde os barcos apoitam e tem um pessoal que cuida. Quando o nordeste bate forte, os barcos penam ali. Só vale pra quem mora ou está "parando" em algum conhecido por perto.

Iate Clube de Santa Catarina (Veleiros da Ilha) 48.225 7799

Marina Seascape 48.248 3596

Armazém Naval - loja náutica 48.225 9370

Alenáutica - loja náutica 48.244 4466

Capitania dos Portos 48.248 5500

Consertos de vela: Lenirian 48.223 6051


3ª parte: Cacupé, Sto.Antonio e Sambaqui

Seguindo para o Norte, tem vários locais para fundeio, tanto na Ilha como no Continente. Nas dois lados é uma região muito bonita.

Em Cacupé tem um condomínio com trapiche projetado pelo Amir Klink. É um espaço técnicamente público, mas na prática não sei se isso acontece. Ali perto desse trapiche tem somente um Hotel, o Maria do Mar.

Em Santo Antônio tem a pousada “Mar de Dentro” onde dá pra deixar os barcos apoitados, pois tem quem olhe.

Mais adiante vem a Marina do Cid, um catarina bonachão muito simpático, mas a Marina não é exatamente uma marina. Os barcos apenas apoitam ali e são cuidados. Ali tem uns cinco O'day apoitados. Tem restaurantes de frutos do mar por tudo quanto é lado.

A seguir, mais uma Marina do mesmo tipo, sem trapiches e sem wc. É apoitar e acertar pra que cuidem. Entre Sto. Antonio e Sambaqui tem alguns bares com trapiche e até uma pousada com trapiche, charmosa e bem localizada.

Passando o canal da Daniela, já começa a mudar a cor do mar, tornando-se mais verde. Vale não esquecer de parar na Ilhas Ratones Grande e pequeno.

Hotel Maria do Mar

Marina do Cid 48.9983 9313

4ª parte: Norte da Ilha, Jurerê, Canasvieiras, Cachoeira e Ponta das Canas

O Norte da Ilha é o local de vela por excelência, com águas mais quentes e ainda semi-abrigadas. Essa parte, que tem pousadas e restaurantes por todo o lado, dispensa elogios, pois todos conhecem.

A sede do ICSC é o único lugar pra apoitar em Jurerê. Alí não dá pra atracar. Tem um trapiche mas só pra desembarque. Os banheiros são melhores e maiores do que na sede do centro, e o restaurante, apesar de simples, tem uma comida ótima. O prato velejador é barato e gostoso, e a anchova do Jorge (o ecônomo) pra duas pessoas, é show.

Ficar velejando por ali, ou pelo trapiche no final do dia, é muito lindo. Ao lado do clube tem uma Marina com mais estrutura que as anteriores, mas não atendem veleiros, só lanchas.

A Ilha do Francês, que na verdade é de um argentino, fica bem a frente e se for um bom nadador dá pra encarar. Tem duas praiazinhas e o barco consegue ancorar bem perto, é um bom programa.

Os barcos apoitam ao longo de toda costa norte. Muitos ficam sozinhos e outros acertam com famílias de pescadores pra cuidarem. Na Cachoeira tem mais uma Marina, a "Marina do Bom Jesus" com restaurante e uma área grande com muita sombra. Essa também funciona mais pra lanchas, mas aceita veleiros. Sem trapiche e sem poita, o negócio é ancorar bem. Se o veleiro for pequeno, dá pra ficar à seco.

Mais adiante, em Ponta das Canas, que é o lugar mais abrigado no norte da Ilha, mais duas marinas, uma ao lado da outra. A que está funcionando é a "Marina Ponta Norte", de um gaúcho velejador do ICG, o Marquinhos, e apesar da marina ser muito pequena, ele aceita veleiros e até dá um jeito de guardá-los a seco se precisar (até 26 pés). Também oferecem algumas poitas. Nós costumamos deixar nosso O'day "Mykee" ali no verão. Os velejadores que deixam barcos ali costumam se reunir, principalmente no outono, pra passeios juntos, um deles é um O'day de um morador local.

Aqui as pousadas e restaurantes são tantos, que é melhor conferir no seguinte site:

Pousadas

ICSC/sede Jurerê 48.266 1280

Marina do Bom Jesus 48.284 5907

Marina Ponta Norte 48.284 1558

5ª parte: extremo Norte, Lagoinha e Praia Brava

A partir daí, só vale ancorar por algumas horas pra curtir. No Costão direito da Lagoinha, praia extremamente bonita, dá pra ancorar e vale a pena mergulhar ali. Pra mergulhar também vale se deslocar até a ilha do Arvoredo.

Na Lagoinha tem muitas pousadas e alguns restaurantes onde se come frutos do mar, todos na praia. Já na Brava, não dá pra ancorar, mas se o mar não estiver muito agitado, vale passear lentamente próximo à praia, curtir o visual dos surfistas e a côr do mar que é a mais clara da Ilha. Na Brava os restaurante são mais sofisticados e tem apenas um hotel e um apart hotel, mas em compensação os condomínios parecem resorts.

Arvoredo Sub
Hotel em Praia Brava

6ª parte: Ingleses, Santinho e Moçambique

Passando a Brava, vem Ingleses, que não se presta pra fundeio, a não ser no Costão do final da praia, ao extremo leste, onde tem algumas poitas, uma razoávels estrutura e um pessoal do Costão do Santinho que cuida dos barcos. Não existem hotéis nesta ponta, pois é difícil chegar por terra, mas no resto da praia, que é a maior da Ilha, tem um número enorme de pousadas e hotéis.

Na praia do Santinho e no Moçambique, o negócio é ver a praia de longe, não é aconselhável aproximar muito da Costa. Bom pra curtir o visual de alto-mar.

Hotel Costão do Santinho (Selecione "Costão Náutico")

7ª parte: Barra da Lagoa e Lagoa

A Barra é o extremo sul do Moçambique. Quem tiver bolina retrátil e quiser encarar uma diferente, dá pra entrar. Por ali, alguns O’days (ou outros do tipo) costumam entrar e sair. Se o mar estiver normal, chegando na entrada da barra, pode-se motorar pelo canal. Exige uma dose de disposição, pois pra entrar na lagoa tem que atracar no canal e baixar o mastro. Alguns são bem safos nisso, uns preferem fazer isso lá fora, o que acho uma temeridade, mas a maioria desce ou sobe o mastro no canal. Na Lagoa, respeitando os baixios, é uma moleza apoitar.

Na Lagoa tem restaurantes por tudo quanto é lado mas não tantas pousadas quanto se poderia imaginar. Na beira d’água, tem apenas a marina Verde Mar (com boa estrutura) que tem junto uma pousada e o Hotel Cabanas da praia Mole, que tem um trapiche e um dos donos é velejador.

No trapiche, no centrinho da Lagoa, dá pra deixar aos cuidados do pessoal que cuida dos barcos da AVELISC (associação de velejadores da Lagoa). Pode-se também ancorar em qualquer ponto da Costa e acertar com alguns locais pra cuidarem do barco. Mas não esqueçam de levar muito repelente.

www.praiamole.com.br

Lagoa Iate Clube 48.232 8000
Marina Verde Mar 48.232 7323
Marina Ponta Areia 48.232 2290
Consertos de vela: Katavento 48.232 9506

8ª parte: Da Praia Mole até a Solidão

Neste trecho grande tem várias praias: Mole, Joaquina, Campeche, Morro das Pedras, Armação, Matadeiro, Lagoinha do Leste, Pântano e Solidão. É um longo trecho sem abrigos. Nesta parte o negócio é olhar o visual da ilha de longe. As praias valem uma visita, mas só se o barco ficar em algum outro lugar e for nelas de carro. Por mar, só dá pra arriscar parar na Ilha do Campeche. E vale, é linda. Nos moleques tem alguns parcéis, bom conferir na carta náutica.

Bons ventos.

Pra mais informações sobre: pousadas, restaurantes, passeios, tempo e programação vejam em:

www.guiafloripa.com.br
Mapa de Floripa
Portal da Ilha
Viva Floripa

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(*) Kriz R. Sanz é velejadora, fotógrafa, e tem um site náutico em Floripa: esportesdomar



Veja carta reduzida
(360KB)

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